segunda-feira, 14 de junho de 2010

Dever Cívico

Há dias o Presidente veio fazer um apelo a todos os portugueses que ajudassem a controlar as finanças portuguesas. E eu, que tinha férias planeadas para o Alentejo e Algarve, decidi interpretar melhor as palavras do nosso presidente.

 Após analisar o seu pedido, constatei que por outras palavras o mesmo pediu primeiro que os portugueses gastarem mais dinheiro que o normal. Afinal, o custo das coisas lá fora normalmente é mais baixo que cá. Mesmo que na hora de desembolsar seja superior, normalmente o retorno também é superior, nem que seja traduzido num simples sorriso de agradecimento no momento da entrega do produto e/ou do pagamento.

 Depois o nosso Presidente pede-nos para irmos de férias para locais (cá dentro) onde o estrangeiro sempre foi tratado com primazia, muitos locais onde a língua portuguesa foi inclusive banida de menus de porta. Aqueles locais que agora, perante a ausência de estrangeiros tentam atrair aqueles que menos lhes convém, aqueles que contam todos os trocos do troco e pouca ou nenhuma gorjeta deixam. Não me parece senhor Presidente.

 E ainda nos tenta fazer passar a mensagem que é preciso gastar cá dentro para o bem da economia. Afinal assim o governo recebe mais, sob o formato de impostos para mais fetiches ou viagens desde Paris poder satisfazer aos membros do governo.

 Assim, depois de analisar as palavras do nosso Presidente, fiquei sem certezas do que fazer. Agora ando indeciso e com catálogos de férias nas portas do carro para quando parar naqueles sinais chatos tentar deixar-me tentar por maravilhosas tentações. Tentações essas que depois de escolhidas, serão alvo de uma análise criteriosa na Internet, para por aí marcar. Afinal para roubar, basta o governo, não precisamos também das agências de viagem.

Agora tenho de decidir. Mantenho os dias no Alentejo e Algarve assim como a passagem de ano em Londres ou troca esse dias por duas semanas no Mediterrâneo ou em Nova Iorque. Esta última vai à frente com larga vantagem, apenas estou indeciso porque isso pode invalidar financeiramente a passagem de ano em Londres. A ver vamos, mas graças ao nosso Presidente, agora sim, acredito seriamente que irei tomar a escolha certa e deixar o Algarve mais livre para os fantasmas ingleses.

 Obrigado, Senhor Presidente, pelos seus sempre bons conselhos!!!!

Cenas dos próximos capítulos de seguiram...

A Recompensa

Hoje acordei tarde e no sofá. Fruto de uma noite de marchas que depois de ao vivo ter detestado, no sofá me deitei para ainda ver o final. Mas como o sono às vezes comanda a vida, quando dei por mim, já os décimos sétimos raios de sol entravam pela janela.

Ainda a endireitar as costas pensava se uma partida de Fifa 10 seria algum a tentar. Após pensar uns breves momentos, decidi não o fazer até porque no LCD já Argélia e a Eslovénia davam um mau espectáculo de futebol. Hoje era dia de limpezas e elas teria de ser feito, pois o conceito pocilga humana estava a começar a ganhar contornos.

Assim, após uma posta de salmão, hora de meter a mão na vassoura, na esfregona e no cano do aspirador para colocar tudo a brilhar quase como novo. Começando às 14:30, só já com o relógio a dar as 18 badaladas digitais um banho refrescante tomava. Para trás tinham ficado vários trabalhos duros, sobretudo o de limpar 16 metros quadrados de varandas sujas pelos vasos dos tomates, dos morangos, das saladas ou das flores primaverais. Pelo meio, apenas um ponto de descontracção. Dois vizinhos da esguelha, ao longe sentados em duas espreguiçadeira bronzeavam, enquanto bebiam um qualquer cocktail de fruta e olhavam... Ao que respondi com um copo amarelo, para onde cortei umas rodelas de lima, acompanhadas de uns cubos de gelo, 7Up e Vodka Preta. Uma mistura gelada num copo suado, que passada pelo monte de gordurinhas abaixo do peito dava uma sensação de anúncio falhado. Mas sabia bem que se fartava.

De banho fresco tomado, foi hora de apanhar algum ar. E a decisão, apesar da hora não podia ser outra. A solução estava em São João do Estoril. Duas bolas, três sabores me esperavam. Nada como um recompensa do Santini para uma dolorosa tarde de trabalhos... Há momentos que não se conseguem traduzir, apenas saborear.

Santo Antoninho

E lá se passou mais um Santo Antoninho de Lisboa. Este ano mais pequenino, porque embora em véspera de feriado, só o foi para uma minoria, aqueles que trabalham em serviços que normalmente funcionam ao Domingo. Assim, acho que se perdeu um boa oportunidade para mais uma semana curta.

Este ano, ao contrário dos anteriores, o carro ficou sossegadinho estacionado em plena Avenida de Roma e a partida deu-se na estação de Metro de Alvalade. Chegados ao Marquês, foi horas de dar corda aos All Star's, pois as marchas deveriam ser, aparentemente, avenida abaixo, onde milhares de pessoas já vibravam aos soluções com as marchas populares.

 Mas o conceito de marchas populares afinal deixam muito a desejar. Segundo parece o povo, apesar do dizer popular, não tem direito a ver a melhor parte. Afinal, as marchas não dançam e cantam avenida abaixo. Limitam-se a actuar em frente de algumas bancadas e sobretudo na zona onde os VIP's e a televisão está em peso. No restante tempo, limitam-se a andar em silêncio com as tralhas às costas, para aos "ricos" agradar. Assim, esperei apenas por seis bairros que queria ver e num rápido, ao contrário do costume ao Bairro Alto me dirigi. É que por norma, todos os anos que às festas fui, o bairro de eleição sempre foi Alfama.

E mais uma vez ao contrário da tradição não bebi muita cerveja, não comi a bifana, nem comprei o manjerico. Preferi a ginjinha, o bolo que tinha em casa e o manjerico que tinha comprado há semanas num mercado por 0,50€ e que na varanda está plantado. E, ainda nem eram duas (costumo sair já com raios solares) e já estava a caminho de casa, primeiro de metro e depois de carro. Afinal, estava cansado. Tinha tido um tarde muito mais interessante e emotiva!

Ir às Caldas

No sábado decidi ir a um local onde já não ia há muito, ou seja, às Caldas da Rainha. Um cidade bonita aqui tão perto, mas tão esquecida. Culpa, quem sabe da Brisa. Sim, da Brisa, porque sou alérgico às portagens injustas. Mas isso é uma história já falada anteriormente.

Assim sai cedo de casa, pouco passava das 12h. Decidi ir por um caminho que sempre gostei de passar e que ainda por cima é quase de borla. Assim, apanhei a A1 até ao Carregado, troço que auto-estrada que é muito útil e de baixo custo, em relação aos valores anunciados para as novas ex-SCUT's. Depois em direcção à vila presépio, ou seja, Alenquer. Seguindo-se a Ota e o Cercal. Mais uns quilómetros, o meu conhecido Painho, mesmo no limite do distrito de Lisboa. E voilá, cerca de uma hora depois estava a passar o Intermerché, o início da cidade.

O almoço foi digerido muito para além da hora, no local mais óbvio para a hora, ou seja, o centro comercial do centro da cidade. Nada como um bife à Portugália, regado de molho, brindado por um ecrã gigante e mais alguns minutos de mundial.

Depois, um passeio a pé pela cidade, pelas ruas sem trânsito e posteriormente pelo parque da cidade para queimar todas as calorias daquele molho de cerveja suculento. Um parque da cidade assim fazia falta em Lisboa, mas à dimensão da cidade. Falta a Lisboa um Hyde Park. Um parque muito bem tratado, limpo e com um lago. Por todo o lado se via gente, coisa que falta a muitos da capital. A sensação de segurança é boa, mesmo nas traseiras onde o jardim dá lugar à floresta a lembrar um já conhecido bosque de Bolonha (Paris) e/ou um parque central como em Oslo. Gostei e vou voltar no Verão para apreciar aquele fresco num calor sem igual. Quando lá voltar com menos pressa, também irei ter o cuidado de ver as exposições patentes no parque da cidade, entre elas a da vida e obra de José Malhoa (não é o cantor).

 Depois, foi tempo de ir à loja de Fotografia que lá me levou, onde num estilo informal fui muito bem atendido e de lá saí com um controlo remoto e com vontade de voltar, nem que seja quando o meu material chegar.

O resto, foi um misto de estradas erradas e belos lugares, que apenas a ausência de GPS, por opção, me proporcionou. Sei que passei pelo Bombarral e Cadaval, por Vila Verde de Francos e Alenquer. Mas com apenas mais meia hora e agradáveis lugares, cá cheguei de forma a descansar um pouco antes de ir para a badalada noite de Santo António.

Problemas Técnicos

Cada vez mais acho que o metro não deveria ser pago à viagem, mas ao tempo que a composição está a andar. Isso sim, tornaria o preço do metro justo face ao serviço prestado. É que a uma sexta-feira ao final da tarde, quando se viaja em direcção ao fim-de-semana, levar cerca de 60 minutos a fazer um percurso de 7 minutos, até assusta os mais calmos. E tudo por culpa dos cada vez mais frequentes problemas técnicos a que o metropolitano é sempre alheio.

 Devem ser os mesmo problemas técnicos que há mais de três meses tem o elevador da estação da Ameixoeira, sentido dentro da cidade para fora parado. Ainda há dias vi quatro pessoas carregarem um braços um pobre cidadão em cadeira de rodas, que paga os impostos e o passe, mas que sem elevador fica impotente para sozinho subir 32 degraus de escada e vários metros de escada rolante. É à portuguesa, afinal o dinheiro do passe já lá está, para quê chatearem-se?

domingo, 13 de junho de 2010

Prime Dream

Feriado, dia de Portugal, foi um dia para aproveitar ao máximo. Ao contrário do feriado anterior que foi para descansar, este foi para passear. E ao contrário dos últimos, este foi passado em Portugal.

O dia começou bem cedo, passava pouco das 13:30, quando decidi fazer uma atribulada viagem até ao Meco. Atribulada porque um acidente após o aqueduto das águas livres, cortou durante largos minutos o acesso à Ponte Salazar. Claro que o safou o momento foi mesmo a mentalidade lisboeta que aproveita todos os espaços para colocar o carro e assim, pela berma deu para passar a fila e entrar um pouco mais à frente após o corte. Mas estas coisas fizeram-me sentar à mesa já perto das 14:30, num almoço que se prolongou até perto das 16:00. Estava mesmo a precisar de um peixe grelhado à Meco, enquanto analisava as alternativas de campismo ou não, para passar três dias na zona, em pleno Julho, de forma a conciliar a praia com toda a musica do Super Bock Super Rock.

Depois foi tempo de andar a explorar o litoral. Primeiro a praia do Meco, mas a ausência de lugar grátis levou-me até paragens mais a sul, nomeadamente a praia da Foz e os rochedos que a cercam. Através de estradas de terra, pois claro, para o carro não se habitual mal ao asfalto, pois para o próximo ano (a menos que saía o euromilhões pelo meio) lá terá de ir outra vez para os trilhos algarvios e alentejanos. E assim, aos poucos fui-me aproximando do Cabo Espichel. Mas no último momento, um virar à esquerda levou-me para longe dele... afinal já o conheço demasiado bem.

E assim, quando dei por ela andava a palmilhar as muralhas do castelo de Sesimbra e a observar as moradias com piscina que por ali proliferam. Um sarapintado de bolhas azul marinho destacam-se no abundante esverdeado amarelo da vegetação veraneia do local. Qualquer dia também a minha será assim, mas mesmo no meio de um abundante verde... esmeralda.

 Depois, para apagar o fogo da garganta decidi descer mais ao nível da praia. E aí, para variar arranjei um lugar quase na marginal. Depois foi só percorrer a baixa à procura de um local onde refrescar a garganta. Quando já sonhava com um regresso ao Fizz da Olá, eis que reparo numa Prime. Pensava que já não existiam, mas afinal parece que ainda as há. E assim, afim de recordar bons, lá fui eu buscar um cabaz de gelado. Aliás, esta é um geladaria propicia a esses prepáros. Taças de cartão tamanho XL, muitos sabores self-service, coberturas, bolachas, toppin's, etc. O que interessa é pesar mais pois isso implica pagar mais. Mas decidi conter-me pelas calorias e assim cinco sabores ficaram "apenas" por 3,33€. Nada mal. Depois foi devora-lo à sombra da palmeira e uma visita à zona do mar e da fortaleza. Uma tarde, bem passada.