Esta manhã acordei, levantei-me e vim até à varanda. Pelo caminho cruzei-me com um postal que recebi há dias, vindo da Birmânia, onde um amigo meu passava na sua longa cruzada de backpacker na Ásia. Nesse momento, apeteceu-me ir dar uma volta até qualquer lado onde me sentisse parte integrante de um postal.
E, assim preparei-me e fui dar uma volta até à região de Sintra... Mais concretamente às Azenhas do Mar. Decidir deixar o carro na Praia das Maçãs e fui a pé pelas falésias. De vez em quando apetece, deixar os lençóis de lado, pegar nas duas máquinas, a fotográfica e a de quatro rodas e partir para um local junto ao mar. Ouvir o bater das ondas rebeldes contra os rochedos, espalhando brancura ao longo para costa. No cimo da falésia, pescadores tentam a sua sorte, desejando que a minhoca não sofra de vertigens e cumpra a sua missão.
Estamos na Primavera, daí não ser estranho encontrar flores, aliás muitas flores à beira-mar. No entanto, fiquei surpreso com a quantidade, qualidade e formato de algumas espécies desconhecidas. Ou pelo menos, assim passam desde a última longinqua vez que as vivi. Estas, juntamente com o mar e as falésia, dão à paisagem um vida sem igual. Era como se tivesse por momentos deixado terras lusitanas e aqueles três metros de costa que me separavam do mar, tivessem sido retirados de uma qualquer paisagem irlandesa. Bom demais para ser verdade.
As azenhas do Mar, aldeia litoral, pertencente ao concelho de Sintra. Desenvolveu-se junto de uma ribeira onde existiram em tempos azenhas. Aos poucos, dada a proximidade do mar, ergueu-se como um postal ilustrado até ao cima de uma falésia, com casa encavalitadas umas sobre a outras, simulando paisagens famosas das revieras europeias.
É um dos locais, ditos ideais para numa tarde soalheira de Primavera, pedir algo mais que um simples mão, num banco que jardim, feito de pedra, resistindo às intempéries, lado a lado com uma cascata que corre e desagua no mar.
O centro da península do cabo
Há 1 mês
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