Faz hoje uma semana e um dia, em que a queima não foi sinal de desilusão. Já há alguns anos para cá que o jantar da queima calhava no mesmo dia que jogavam os campeões. Desde então, sempre que esse jogo coincidia com jantar de queima que os velhos ficavam escaldados. Tentamos mudar de restaurante, mas o resultado eram sempre o mesmo, um desilusão.
Mas este ano, tínhamos uma garantia, acontecesse o que acontecesse, naquela noite de Maio, a única coisa que podia correr mal era perdermos a conta aos copos e apanharmos uma bela carraspana. Sábado, inicio da noite todos os trilhos vão dar ao Paço do Conde ou qualquer coisa do género. Apenas me recordo que o Paço é garantido. Baixa de Coimbra, com suas ruas mais impenetráveis que muitos labirintos imaginários, numa pequena praça, uma tasca 100% conimbricense. Cá fora, molhos e molhos de capas negras, sarapintadas de jogos de cores claras, daqueles a quem o negro já se recorda com saudade, esperam pacientemente por um lugar apertado e desleixado em mesas de tampo corrido e cadeiras de esplanada.
Lá dentro o carrascão impera entre aqueles a quem o estômago e os rins ainda estão imunes a tal abusos. Nós, mais comedidos, com mais que miseras mesadas, apreciamos um pouco mais da qualidade, apostando em marcas mais conceituadas, regadas no final por um bom licor de Portugal.
Findo o jantar, quando todos rumam ao parque para mais enfrascar, no rumamos à Sé, para no moelas recordar. Muitos escurinhos, mas apenas dentro do copo, depois... são as docas a nova etapa. Daí, onde o Rock impera, mais perto do rio, se pode ouvir com clareza a voz daqueles que do outro lado encantam, vozes brasileiras, como a da Daniela que este ano encheu todo um parque de momentos românticos. Na margem norte, o melhor podemos apreciar, sobretudo sem sermos literalmente roubados pelos preços proibitivos de quem mais pensa com a cabeça que com o garrafão.
O centro da península do cabo
Há 1 mês
Sem comentários:
Enviar um comentário