Tinha acabado inclusive de trancar dois ou três carros, mas ainda não tinha chegado ao final da avenida e olhando para trás, também já eu estava trancado, por um cromo que teve tanta vontade de trancar os restantes que deixou parte da pintura lateral da Passat pregado no pára-choques de um Mercedes do século passado.
De mochila às costas cheia de tralhar e sobras das refeições desde manhã, encaminhava-me a passos largos para a superior norte do estádio. A cada passo tomava mais consciência de que levava demasiada tralha dentro daquela mochila que a que poderia entrar no estádio. Sim, eles pensam que não temos mais nada que fazer que passar a prova a atirar maçãs, garrafas de água, sandes de chouriça ou madalenas espanholas às máquinas que por ali andam a chiar. Mas depois vendem aquela treta quase toda lá dentro...
E assim, cheguei ao primeiro controlo, onde me roubam uma esquina do bilhete. No posto seguinte, uma tipo de luvas brancas deixa-me um pouco preocupado e de rabo enfiado no meio das pernas. Felizmente apenas o saco pretendia revistar. Mas como mau português, tratei de pelo caminho baralhar as asas da mochila com as do saco da máquina só para dificultar o acesso à mochila. Assim, enquanto os de trás protestavam com o tempo que estava a demorar, o simpático vigilante olhou-me nos olhos e calmamente perguntou-se se levava objectos cortantes, garrafas de água e outros objectos de fácil arremesso. Ainda mais calmamente, respondi - "Não, apenas quero tirar umas fotos." Ao que recebi um simples... - "Pode seguir!!!"
Adoro controlo de entradas à portuguesa!!!
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