Quinta-feira. Grande dia. Primeiro dia a sério do WRC – Rally de Portugal 2010. Penso em sair cedo de casa. O Algarve espera-me para quatro dias adrenalizantes. Coloco o despertador como que fosse trabalhar. Aquela coisa toca às 7:15. Acordo, resmungo, volto a acordar. Um segundo, um terceiro e um quarto despertador perturbam-me o olhar. Olho para o telemóvel com ar desesperado. Continuo com sono mas tenho-me de levantar. Acordo à pressa, como costume. Salto para a banheira. Tomo um banho apressado. Preparo-me num instante. Vou à segunda gaveta, meto a mão lá dentro e enquanto escolho um preparo... eis que caio na realidade.
Foi como um “vipe”. Olho para dentro da gaveta e vejo as gravatas todas espalhadas e penso – “Porra, hoje não é dia de trabalho”. E não era. Estava de férias. Era dia de rumar a sul e a mente descansar. Saio de dentro do fato, ainda mais rápido que entrei. Pego uma peugas curtas, calções, t-shirt e os All Star. Agarro no saco-cama e na tendo. Coloco umas peças de roupa à pressa dentro da mala, uns produtos de higiene aos molhos. Vou à garagem, deixo parte da tralha e trago a arca para cima. Encho a arca com barras geladas, colas e 7Ups. A máquina fotográfica a tiracolo. Estou pronto para partir. São 11h da manhã. O sul aguarda-me.
Começo a viagem. Primeira a longa Vasco da Gama, o eloquente IC32 e finalmente a trafulhice da A2. Saio em Alcácer porque sou alérgico a Auto-Estradas. Nada me consegue tirar o prazer de uma velha estrada. Primeira paragem, a Mimosa. Grandiosa em tempos indos, mas sensivelmente mais saborosa em tempos actuais. Chego a Santana da Serra e a primeira dúvida do momento. Continuar rumo a sul ou ir inspeccionar o lugar onde pretendo passar a noite seguinte? Ganhou Espanha. Mais precisamente a Andaluzia.
Sim, estava relativamente perto da fronteira. Resolvi ir em busca da minha revista de viagens favorita – Viajes by National Geographic. Costumo compará-la com a nossa Volta ao Mundo, mas mais pequena, mais barata, mas ainda assim com mais conteúdo e menos publicidade. E sempre ajuda a manter o espanhol vivo. Aproveitei ainda para comprar uma fatias (porque não havia inteiro) de Revilla, um chourição de comer e chorar por mais. Pão, uma lata de atum, 5l de água, batata fritas, duas bananas e algumas maçãs, completaram o ramalhete de produtos para no monte devorar.
Eram 16:00, tempo de rumar ao estádio do Algarve para ver a primeira prova especial do rally de Portugal. Aproveitei ainda para atestar, afinal dezassete centimos por litro, ainda são 17 centimos. Entretanto liga-me o meu irmão a informar que afinal a corrida começava às 17:30 e não às 19:30 como estava planeado e fui obrigado a voar até lá chegar e deixar o carro a cascos de rolha porque o parque estava aparentemente cheio.
A envolvente do estádio é o ínicio. O inicio de quatro dias regados de adrenalina saudável. As mulheres bonitas e muito descascada revalizam com as máquinas do campeões. Uns garantidos, outros candidatos. Há tasquinhas de comes e mais bebes por todos os lados. A cerveja gasta-se mais rápido que o combustivel daqueles que naquelas ruas improvisadas, fazem as delicias a milhares. Nestes dias o Estádio do Algarve, enche-se de gramour. Afinal, apenas duas ou três vezes por ano é lugar de destaque no panorama nacional.
O centro da península do cabo
Há 1 mês
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