sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

ECG - Portugal

Há momentos em que é preciso parar e dizer "basta". Ontem foi um desses dias... Já ia num 10-14...

Assim, foi aconselhado a fazer um ECG. Até aqui tudo normal, caso não fosse o episódio caricato que se passou depois. Desloquei-me a uma das mais conceituadas clínicas de Lisboa, porque o seguro paga.

Cheguei, tirei a senha e esperei. Chegou a minha vez e...

Eu: Bom dia, pretendo efectuar um ECG.
Recepcionista: Bom dia. Tem marcação?

E: Não!
R: Mas para fazer um ECG é preciso marcação.

E: Mas não é por ordem de chegada?
R: Sim, mas precisa de marcação.

E: Mas se é por ordem de chegada, para que preciso de marcação?
R: Para sabermos que o sr. vem.

E: Sim, mas se tenho de passar aqui primeiro para me inscrever, logo sabem que venho.
R: Isto não funciona assim. O sr. precisa de marcar para sabermos que vem. Depois de fazer a inscrição, é por ordem de chegada.

E: Hum...
R: São as regras.

E: Então e posso fazer uma marcação para hoje?
R: Não, as marcações são sempre a partir do dia seguinte.

E: Mesmo que tenham vagas?
R: Sim, são as regras.

E: Hum...
R: Pretende fazer uma marcação?

E: Hum...
R: Temos vaga para segunda-feira.

E: Hum... Não, obrigado. Vou a outro lado.
R: Não precisa ficar chateado. Apenas não podemos marcar porque estas são as regras.

E: Não, obrigado. Prefiro ir a outros locais que também são por ordem de chegada, mas não tenho de marcar.
R: Normalmente esses lugares são mais demorados.

E: "Grrrrrr!!!" Não, normalmente despacho-me no mesmo dia...
R: ... !!!!!???? Bom dia e obrigado.

dahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Jardins da Amargura

Hoje li num jornal qualquer que os comerciantes da rua do Carmo andam preocupados com as obras dos jardins flutuantes que estão a construir no topo dos seus prédios. Segundo parece estão a aparecer buracos no tecto.

Ora a minha pergunta é... Qual é a admiração? Não é normal os vasos terem buraco por onde a água sai?

Carnaval 2010

Há quem diga que Carnaval rima com Madeira, Torres Vedras, Ovar, Loulé, loures e afins. Mas a tradição já não é o que era. Para mim, não há Carnaval se não rimar com Casino de Lisboa.

Costuma ser uma festa gratuita mas sempre muito animada, sem frio nem chuva e este ano não foi excepção. Ao som, primeiramente de Fafá de Belém e filha, com um vermelho contagiante e noite dentro ao som os 80's, o espectáculo cumpriu o que prometia.

Só faltou mesmo ganhar um prémio nas maquinetas que por ali abundam... Claro que para isso era preciso ter apostado qualquer coisa.

Pormenor engraçado, foi o facto de ainda mal tinha entrado e já uma rapariga estava a passar a mão pelos meus longos cabelos loiros. Realmente a noite prometia e acabou por ser qualquer coisa de especial...

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Chã de Navegantes

Ontem, domingo, fui obrigado a acordar cedo. Não por vontade própria, mas porque era dia do passeio mensal como guia de caminhadas.

Eram 8:05 quando saí de casa em direcção ao Espichel. O termómetro do carro marcava 17 graus. Infelizmente ainda estava dentro da garagem. Lá fora, passados poucos minutos desceu aos simpáticos 3 graus. Sem dúvida um bom presságio.

Atravessei uma Lisboa, de vias rápidas, despidas de calor mecânico. Atravessando o Tejo foi possivel vislumbrar uma pequena neblina que cobria numa camada suave a crista de cada gota de rio. A temperatura tinha descido para os dois graus. Atravesso o acesso a Sesimbra, onde poucas horas depois, iam desfilar dezenas de escolas de samba em trajes reduzidos a pedir um pouco do calor carioca. Mais uns quilómetros e dou por mim, junto a um dos locais de culto dos amantes dos cabos portugueses. Tinha chegado ao Cabo Espichel. Eram aproximadamente 8:40.

Por momentos fico na dúvida, não sei se ei-de ou não abrir a porta do carro. O vento assobia aparentemente fresco e de t.shirt e polar soa-me que fui mal agasalhado. Saio do carro, dou três ou quatro passos e volto a sentar-me. Possas, está um frio do caraças.

São 9:20, decido-me aventurar e vou espreitar o mar. O vento gela os ossos, deixo de sentir o nariz, volto em passo largo para o carro. Mais uns minutos e chega o outro guia, arrancamos em passo acelerado para dentro da igreja ao fundo na foto. É ai que vamos dar inicio à nossa caminhada.

10:00, temos 16 destemidos prontos para avançar. Blusões, gorros, cachecóis e luvas são acessórios em destaque, prontos ou quase para enfrentar as vagas gélidas de vento polar que nos arrastam através dos descampados. Ao fundo o farol, frio mas encantado, orienta embarcações solitários no meio de uma imensa matéria azulada.

E é em busca dessa matéria azulada que nos dirigimos por entre veredas e arbustos agrestes que rasgam a paisagem terrestre. O chão é denominado por uma espécie tipicamente familiar com paisagens morfologicamente similares, ou seja, cascalho puro e duro. Pequenas pedras soltas fogem por baixo de nossos pés, como se sentissem perturbadas ao serem espezinhadas por botas de caminhada.



A paisagem junto ao mar é mais lunar que terrestre. Rochedos densamente cavados e trabalhados pela imensidade das mares, mostram sulcos impossíveis de imitar. Em baixo, as onde contrabalançaram ritmadamente como se chegássemos a um concerto de música clássica.

Sobre lajes de falésia cominhamos, uns com maior outros menor dificuldade, mas todos surpreendidos com a beleza do local. Começamos a subir ou escalar em direcção ao forte da Baralha, anteriormente uma fortaleza defensora da linha costeira, hoje um pedaço de abandonado da riquíssima e esbanjadora histórica de Portugal.

Sempre a subir que a hora de almoço se aproxima e o frio intenso não baixa trégua. Sentimos-nos os nossos antepassados quando a moda do agasalho ainda não estava massificada. Descemos entanto por estradas de terra batida (e solta), até um pinhal com uma vista magistral sobre o oceano imenso, que nos separa dos calores do samba e de parte da área metropolitana de Lisboa, perdida na neblina marítima que se vislumbrava à esquerda no horizonte.

Com a barriga mais acondicionada, começamos a galgar terrenos agrestes junto a falésia de corta a respiração, não muito pela altura mas pelo gélido sentimento que nos invade ao vislumbrarmos alguns metros mais abaixo, dentro de água, três destemidos surfista que desafiam o frio, com os pés e as mãos sem qualquer protecção que absorve o resto de seus corpos num corpo de peixe de água salgada.

Depois de muito palmear pelas terras ontem frias do litoral sadino, eis ao fundo outra paisagem de cortar a respiração já de si muito maltratada pelo cansaço, mas ao mesmo tempo melhorada pela pureza da atmosfera ambiente... O Cabo Espichel e as famosas pegadas de dinossauros.

Mais três quilómetros de caminho e eis-nos chegados de volta sãos e salvos ao ponto de partida, onde uma saborosa e quente fartura nos esperava para que pudessemos repor as calorias dispersas por esse imensidade de natureza que tivemos a oportunidade de partilhar.

Qualidade de Vida

Quando se trabalha muito tempo, na cidade e durante muitas horas seguidas, só apetece desfrutar dos ares do campo e quando não há tempo de ir para o campo, nada como aproveitar a varanda num frio domingo de Fevereiro.

Acordar cedo é desfrutar do privilegio de sentir o cheiro da manhã, a bruma a levantar e os cereais quentes que tão bem sabem ao acordar. Felizmente, apenas muito raramente desfruto deste privilégio...

No entanto hoje, foi bom acordar cedo...

Nota: Escrito no telemóvel por volta das 7:45 da manhã.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Protestar! E inovar?

As últimas semanas tem sido férteis em protestos nas ruas de Lisboa. Foram os enfermeiros, os carroceis e depois a função pública, só para apontar os que tiveram mais impacto na opinião pública.

Protestar até que é um direito, mas será um direito que se sobrepõe aos direitos da restante sociedade? Não sou contra quem lute pelos seus direitos, por isso decidi que este ano também vou protestar, mas mais silenciosamente e sem prejudicar terceiros. Assim, enquanto me lembrar do tempo que fiquei retido na Radial de Benfica, não vou voltar a gastar dinheiro em carroceis em Portugal. E nem preciso pedir autorização ao Governo Civil. É um direito que me assiste.

Mas voltando às razões deste tópico... Ele aparece porque ainda não percebi porque as pessoas teimam em protestar em Lisboa. Será que ainda nenhum intelectual sindicalista percebeu que já ninguém liga a protestos nas ruas da capital?

Será que ainda não perceberam que Lisboa está farta do excesso de trânsito e confusão na cidade e já não olha com olhos de ver para os manifestantes? E que o governo já está tão habituado a vê-los ali que já não é novidade nenhuma. Inovar, é preciso. Mesmo que custe num pais onde a inovação ainda é vista como um bicho gastador sem grande utilidade.

Lisboa, é enorme comparada com as restantes cidades, tem mais gente que qualquer outra cidade, logo o impacto de uma manifestação em Lisboa, mesmo que atinja 100.000 pessoas, é diminuto afectando e prejudicando apenas uma zona da capital, concedendo apenas alguns breves minutos de telejornal.

Agora imaginemos que esse protesto fosse marcado para um dia de semana na baixa de Coimbra. Seria praticamente como metade da população da cidade se juntasse na baixa. Isso sim paralisaria a cidade e, teria um grande impacto tanto na cidade como na opinião pública. Teriam uma muito maior visibilidade tanto televisiva como governamental. E quem diz Coimbra, diz outras pequenas grandes cidades como Braga, Aveiro, Faro, Portimão, ...

Inovação precisasse, até porque estamos fartos de protestos que não passam mensagem e apenas prejudicam terceiros que nenhuma culpa tem das razões do protesto.

Altitude II

Este é um dos momentos altos que também tornam muito especiais estes projectos em altitude. O término do mesmo.

Aquele momento no final do mesmo onde responsáveis, sistemas, tecnologias e demais que estejam com fome se juntam num restaurante e partilham um pouco de convívio e boa disposição.

É sempre um momentos em grande. E do qual convém lembrar para uma próxima... doce da casa, não, obrigado. Há que não esquecer desta nota importante, nem que seja pela cobertura de manteiga... hehehehh

Altitude I

E, depois de duas semanas a trabalhar a grandes altitudes, eis que reapareci. Foram duas semanas desgastantes, tão desgastantes que chegava a casa quase no dia seguinte e já nem me apetecia fazer fosse o que fosse. Muitas vezes nem dar um espreitadela nas notícias diárias do meu Benfica ao «som» negro com borbulhas.

Mas apesar de ter parado este pequeno projecto, a verdade é que por outro lado foi compensado por outra paixão de projecto. Deu mesmo gosto ver a forma como as coisas se foram processando, com sentimento de equipa e com um outro sentimento de dever cumprido no final. Sim, gosto mesmo muito do que faço e onde faço. :)