sexta-feira, 23 de julho de 2010

Estupefacto

Não deixa de ser verdade que já tinha lido algures que excesso de pó e cheiro a chamon causa alucinações, mas daí a ter passado de propósito no supermercado para comprar massa folhada só porque me apetecia inventar qualquer coisa para a alheira e queijo de cabra que estavam no frigorífico a estragar, nunca pensei que fosse uma distância tão curta.

 E agora, depois de umas pinceladas, ganhei duas refeições de uma assentada. Quem diria que desta mente e mãos sairiam coisas tão saborosas ao paladar...

Estereótipos da Sociedade Moderna

Hoje quando me dirigi à copa, fui bombardeado por um conjunto de considerações menos famosas sobre o que foi viver o Super Bock Super Rock. Fui extremamente questionado sobre a necessidade de estar naquele local, saboreando pó como se de um condimento se tratasse. E porque me sujeitar a condições tão degradantes para a sociedade e estereótipos actuais.

Um colega perguntava como conseguia chegar todos os dias à tenda com o cabelo empastado de pó e deitar-me como se nada se passasse. Outro perguntava-me qual o prazer de gastar setenta euros para estar no meio de uma multidão suada e cheia de pó. Havia ainda os que me perguntavam se a musica valia o esforço de tomar banho ali, lavando a cara e dentes em lavatórios imundos. Houve ainda que me indicasse que aquilo são coisas para se fazer quando se tem 20 anos e se é inconsciente, pois aos 30 tem-se um estatuto a manter.

 A todos eles respondi com um simples quebrar da rotina. Detesto que a vida tenha de ser vivida em igualdade com a sociedade. Não quero, nem nunca quis sentir-me parte da rotina intelectual de tempos findos e vindoiro. Muitas vezes sinto a necessidade de quebrar regras. O Super Bock Super Rock permitiu-me fazer isso. Durante três dias pude-me sentir um cidadão do mundo, onde a sujidade não era inimiga das relações sociais, onde como tantos outros pode ser diferente entre iguais, onde a roupa suja não era sinónimo de exclusão social. E ainda pude passar dias inteiros na praia sem ter de me esforçar muito para lá chegar.

 Cada um é como "cada um", e eu gosto imenso desses fins-de-semana diferentes. Mesmo que segundo a sociedade intelectual os interprete como fins-de-semana exclusivos para juventude irrequieta. Tal como em Maio, quando fui de tenda às costas para as serras algarvias e alentejanos atrás do rally de Portugal, também agora desejo que a próxima edição chegue rapidamente, porque ainda muito pó posso aguentar.


 E só para ser chato, amanhã vou pegar na bicicleta e vou para o trabalho pela estrada ao nível dos tubos de escape...

Super Bock Super Rock 2010 - O espirito da coisa

Herdade Cabeço da Flauta. Um nome a reter. Já conhecia o local, onde no Verão os veraneantes aproveitam o solo rijo para estacionar seus carros debaixo de uma árvore e desfrutar de um belo repasto na pacatez do local.


Embora na imagem pareça um terreno relvado, depois do arraial montado, a relva como que timidamente se escondeu. Mas foi neste lugar, portas meias com Lisboa que este ano foi montado um hino à boa cerveja e som musical.

Chegado ao local, já de noite ao contrário do esperado, a primeira dificuldade foi carregar com toda a tralha desde o carro, no fim do parque até à porta de entrada. Parece que alguém se esqueceu que não era fim-de-semana de lua cheia, pelo que uns candeeiros junto ao caminho tinham dado um aspecto mais cuidado.

Subida então a rampa, meio ao tropeção, lá cheguei ao topo, onde uma larga e longa fila para troca de bilhetes por pulseiras, me aguardava. Carregado até aos dentes lá consegui obter uma fita e dirigi-me para o chamado acampamento.

 Lá dentro, tinha à esquerda um conjunto de contentores que serviam de porto de abrigo para necessidades mais prementes. E à direita 12 lavatórios desconjugados sem pingo de água. À frente... bem, à frente... era a descrição perfeita da histórica teoria do caos. Milhares de tendas estavam montadas, espalhadas sem qualquer sentido de orientação. Quem chegava, simplesmente abancava no primeiro espaço vazio e assim sucessivamente. Também eu, assim fiquei. O corredor ainda estava largo, então tratei de o estreitar. Dois segundos depois, a tenda estava montada e eu a caminho do espectáculo. Só por curiosidade, quando regressei a minha tenda já se encontrava na terceira linha mais afastada do carreiro.

 Findo o espectáculo, se o caos era aparente, pelos relatos do dia seguinte, apercebi-me da verdadeira realidade "caosónica". O acampamento não tinha iluminação, 90% das tendas eram Quechua 2''. Estava pronta a confusão. Segundo parece houve quem pisasse cabeças em busca do seu lugar, outros encontraram estranhos no seu lugar...A minha deixara de ser verde, mas ainda estava num castanho perceptível.

 No sábado, acordei cedo, somente porque o calor era tão intenso que devo ter perdido largas calorias naqueles momentos matutinos. A fila para os chuveiros era de tal forma intensa que preferi deixar os banhos para as maravilhosas ondas da praia do Meco. Sendo que apenas ao final da tarde me aventurei na fila de 45 minutos para tomar um duche de água gelada ao ar livre. Pode parecer assustador, mas foi extremamente rejuvenescente. Estava pronto para outra noite fantástica.

 Domingo, desta vez acordei mais tarde, apesar de estar mais calor e ter ficado com os poros todos dilatados, tal a necessidade de escorrer água. Mais um dia de praia, que terminou numa valente fila para chegar ao recinto. Milhares de pessoas desesperavam nos quilómetros que as separavam do recinto do espectáculo. Calmamente, como de costume, resolvi tentar todos os atalhos disponíveis, conheça ou não. E assim, consegui fazer Meco - Herdade nuns fantásticos 90 minutos, com direito a estacionamento mesmo junto da entrada. Como? Simples. Ora por atalhos, ora "choramingando" junto da organização para a necessidade de carregar com toda a tralha do acampamento para o carro e chegar cedo para no outro dia trabalhar.

 E assim, para muito pena minha ao não colocar a segunda de férias, tive de regressar e deixar aquele mundo surreal, mas absolutamente fantástico para trás. Foi mais uma aventura, sobretudo porque a GNR não deixava virar para Fernão Ferro, mas depois de uma curva inverti a marcha e já pode passar à vontade. Coisas à portuguesa, pois com certeza.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Super Bock Super Rock 2010 - Cartaz

Há 15 edições que andava para ir a um festival Super Bock Super Rock. Sobretudo por dois motivos: Não gostar de Sagres (acho que fiquei traumatizado pelo vapores nocturnos durante uns 20 anos) e gostar de Rock.

Se no primeiro caso, o sucesso seria garantido, no segundo nem por isso. Isto porque este ano a organização do festival ter decidido fazer um festival com a menor quantidade de bandas de rock possíveis. Acho que teria sido mais elegante mudar a designação para qualquer coisa como "Super Bock Quase Rock 2010". Mas, pronto!!!

Infelizmente o cartaz para mim foi mais curto que o esperado. Uns acidentes no início e trabalho em ambas as extremidades, tiraram-me a possibilidade de assistir a alguns momentos bem passados.

 Ainda assim, fiquei satisfeito com o concerto de Keane, o convencido vermelho que parecia ter acabado de sair de uma praia algarvia, tal o escaldão que trazia tatuado no corpo. Para fechar uma primeira noite já de si atribulada, nada como Pet Shop Boys. Estes provaram mais uma vez que velhos são os trapos e fizeram um dos concertos que mais gosto me deu assistir. De salientar ainda que nunca tinha montado uma tenda já escuro, no meio do caos e ao som de Cut Copy. Foram 2 segundos muito interessantes.

 Para o segundo dia, estava guardado um concerto muito esperado. Nem que fosse pelas palavras do meu colega do lado. Nunca tinha visto alguém tão apaixonado pela música dos Vampire. Aliás, antes de o conhecer nem nunca tinha sequer ouvido falar deles. Agora já conheço dois. Eu e ele... Muito bom, mesmo levantando muita poeira. Os restantes concertos do dia, também foram bons, mas este juntamente com Hot Chip, destacaram-se pela energia positiva.

 Para terminar, nada como desmontar a tenda ao som de The National, após uma verdadeira aventura desde a praia do Meco até à herdade do Cabeço da Flauta. Depois e ao contrário de muita gente, foi o momento de curtir aquele memorável dueto entre a Ana Moura e o Prince, que ficará gravado na memória de todos aqueles que ajudaram o eco a realizar-se. Para terminar, os Empire of the Sun, tiveram de ficar para as filas de trânsito porque o trabalho apenas umas seis horas depois aguardava-me.

 Muito se fala, muito se critica (eu também), mas foi estrondoso. Agora é aguardar pacientemente por 2011. Fiquei fã, como registarei nas próximas publicações...

Pensamentos do Dia

Esta secção é dedicada a 100% a uma fotografia cor de rosa de uma amiga minha no facebook. Bem hajam as mulheres...

1. A beleza de uma mulher não está nas roupas que ela carrega ou na forma como penteia o cabelo. A beleza de uma mulher deve ser vista nos seus olhos, porque esta é a porta para seu coração, o lugar onde o amor reside.
 
2. A beleza de uma mulher não está na expressão facial, mas a verdadeira beleza de uma mulher está reflectida em sua alma.
 
3. A beleza de uma mulher cresce com o passar dos anos.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Será doença?

Estou a pensar seriamente voltar a dedicar-me mais a este meu cantinho. É que cada vez estou mais preocupado com o meu pós laboral primário. Cada vez mais, dou comigo na cozinha a tentar inventar tentações e cada vez mais tenho a cozinha menos suja no fim.

 Acho isto realmente preocupante, sobretudo para quem cozinhar era fazer uma omeleta, umas febras ou abrir uma lata de atum. Agora até já trato por tu, uns sete tipos de arroz e respectivos acompanhamentos (eu sei, é ao contrário, mas não resulta tão bem).

 Até já faço um brownie de chocolate que já é considerado o melhor do pedaço. Só por isso já me sinto meio adoentado. Tentei tirar a febre e queimei-me, pelo que desisti. Tenho mesmo de fazer um check-up geral. Tenho receio que estes sintomas agravem com a idade. Até porque já dou comigo a fazer verdadeiras iguarias (ainda não precisei de receber tratamento hospitalar) até às tantas. É preocupante.