sábado, 23 de janeiro de 2010

Um Ponto na Escuridão

É sexta-feira. Supostamente um dia alegre, apesar da chuva que se faz sentir. E numa altura em que muitos já receberam. No entanto basta olhar para a multidão e facilmente constatar a gelidez que rasga os rostos da classe trabalhadora deste país.

São apenas 8:35, mas por momentos sinto-me invadido pelas mensagens gélidas e sem sentido de vida retratadas habitualmente por filmes ou documentários da Europa de Leste. Basta um pequena olhadela panoramica para perceber que quase tudo em volta está coberto por um manto escuro. Sobressaem pequenos rabiscos de cor azul e vermelha, das carruagens desta composição de metro. Cinzento, preto e castanho imperam nas vestes , como que representando uma ausência fria de cor.

Chego ao centro e saio para a rua, aqui o cenário é claro, apenas porque o céu está retratado de azul e branco, a relva está fresca e as construções são na maioria pálidas. Em meu redor, tudo o que mexe, seja nos passeios ou no asfalta praticamente resume-se às trés gélidas cores antes referidas.

Assim, sinto-me um ponto de encontro no meio da multidão. Dentro deste blusão quente, de Inverno, mas todos ele branco de mangas e gorro vermelhos. Sinto-me livre das masmorras comerciais sazonais. Sinto-me livre, como um ponto na escuridão.

* Mensagem escrita no telemóvel, dentro do metro à pinha, ontem de manhã.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Fui aos correios...

Mesmo na era digital, às vezes ainda é preciso ir aos correios. Fui lá porque precisava enviar uma carta registada. Meu Deus!!!

Cheguei à estação quando o estômago já dava horas para o almoço, felizmente consegui sair da tempo do jantar. Tirei a senha geral, a super senha. Dá para tudo e mais alguma coisa. Era o 21. Olhei para o visor e... ia 14. Pensei, menos mal.

Acontece que hoje em dia, os correios deixaram de ser um mero serviço de envio e recepção de correspondência em diferentes formatos. Hoje podemos tratar de correio azul, verde, branco, rosa às bolinhas azuis, entre outros serviços postais. Ok, até aqui normal.

No entanto ainda podemos tratar de produtos de poupança e seguros. Vales, transferências, pagamento de serviços, filatelia, papelaria e livraria, venda por catálogo, bilhetes para eventos e Carris, carregamento de telemóveis, multimédia e desde hoje efectuar a troca de cartas de condução. Isto tudo, na maioria das estações apenas com a senha "A".

E eu que queria apenas efectuar um serviço para o qual os correios foram criados tive de esperar pouco mais de uma hora, por sete!!! míseros números.

Para quando a criação da senha "C" de serviços de Correio?

Férias... Please.

Hoje foi um dia complexo. Custou imenso a passar. Começo a achar que estou a precisar de férias. Afinal as últimas já são acontecimento passado. Estávamos no inicio de Setembro de 2009.

Começo a ficar preocupado, afinal só vou ter férias em Março. E, não me apetece gastar um mísero dia no Carnaval. Afinal, já não vou a tempo dos voos em conta para qualquer canto da Europa civilizada.

Mas hoje foi mesmo complexo trabalhar. Não porque tenha tido muito que fazer, mas porque fiz pouco em muito tempo. Parecia estar ao relantim. E uma reunião às 19h a alguns quilómetros dali, também não ajudou a animar. Só mesmo aquele chocolate com recheio de caramelo deu para um sorriso.

Mas sinceramente cada dia que passa tenho mais sonhos/desejos com o estrangeiro. Estou a sentir a falta.É a ressaca da ausência. Afinal, já passaram quase seis meses desde a minha última viagem para fora da Península Ibérica. E, nem a BTL, cada vez pior conseguiu saciar este desejo. Assim, dou por mim, que deveria estar a estudar para um exame, a planear uma próxima viagem ao estrangeiro. E a pensar... Falta muito para Março?

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Ucrânia, no seu melhor...

Chamem-lhe dedicação da população ou necessidade dos políticos em conseguir votos. Tanto faz, mas fica sempre giro ver a urna eleitoral atravessar campos pintados de branco, em trenós puxados a cavalo apenas para permitir que os eleitores mais isolados possam exercer o seu direito de voto.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Tenham esperança...

Tal como muitos milhares, também eu não fiquei indiferente ao que se passou no Haiti. É com muita tristeza que vejo um povo que vive num local que tem tudo para ser um paraíso tropical estar a passar por mais um episódio dramático nas suas vidas.

Um sismo nunca será bem vindo seja onde for que ocorra, mas as imagens que vêm do Haiti, um país já tão maltratado deixam-me triste. Mas como é do meio da ruína e tristeza que muitas vezes nascem as mais belas histórias, não posso deixar de deixar aqui uma mensagem de esperança para todos os Haitianos. Tenham força que todos juntos e com a ajuda do resto do mundo, a dor e sofrimento irão dar lugar à comunhão e felicidade num futuro próximo.

Basta olhar para momentos como os da pequena Winnie, protegida por um armário, esta bebé de 16 meses ficou numa bolsa de ar ao lado dos cadáveres dos pais. Ao quarto dia, sozinha, chorou e foi ouvida por jornalistas australianos e dominicanos que passavam naquela zona de Port-au-Prince que encontraram-na e deram o alerta.

E, ontem de madrugada, militares americanos e turcos retiraram com vida três pessoas de um supermercado em Port-au-Prince: uma rapariga de sete anos, um homem de 34 e uma mulher de 50. Ariel, a criança, foi a primeira a sair e guiou os socorristas até aos outros sobreviventes. Ariel estava no corredor da fruta e alimentou-se.

T de... Travel!!!

Hoje no Freeport só pensava nisso... em viajar.

A sério, estava a ficar desesperar. Só via passar gente com sacos na mão, a correr e gritar. Lojas cheias, confusão por todo o lado. Só gostei de entrar numa loja. Uma loja de livros. Talvez por sermos um país de incultos, a loja pouca gente tinha, uma música calma dava tranquilidade e serenidade ao ambiente. E, a leitura, dá-me o dom especial de liberdade e isolamento. Permite-me estar no meio de uma multidão, sem lá estar. É muito equilibrador.

Sai da loja, sentei-me numa pedra junto a um tanque de água irrequieta. Isolei-me e pus-me a sonhar. A esquecer-me de onde estava. Por momentos dei comigo sentado numa tranquila esplanada à beira do Tamisa a ler um livro do Bill Bryson. Estes livros de viagens fazem-me sonhar, fazem-me querer lá estar.

Curioso imaginar-me sossegado e tranquilamente parado a ler um livro numa das cidades mais cosmopolitas e povoadas do mundo. Muito curioso mesmo. Mas apesar da imensidão de pessoas que habitam aquela cidade, continuo a achar que aquele é um lugar mágico que nos permite sonhar com pequenos prazeres como estes, porque o respeito é um responsabilidade intrínseca da sua população. E, sim, era gajo para ir passar um fim-de-semana a Londres e passar os dias sentado numa esplanada a ler um livro, só porque isso me daria a paz de espirito que preciso para encarar o dia-a-dia frenético deste nosso Portugal.

Are you Talk to Me....

Hoje tomei um decisão importante.

Vou passar todas as semana durante 2010 a dedicar pelo menos três horas semanais a melhorar o meu inglês. Sinto que este é um dos meus grandes defeitos. Sei pouco de inglês e muito menos de pronuncia. Às vezes, sinto tenho um pronuncia inglesa pior que a da maioria dos espanhóis. Isto realmente assusta-me.

Numa primeira fase vou recorrer ao auto estudo. Já saquei um livro em pdf, indo esta semana passa-lo para papel (mesmo ao preço dos cartuchos fica mais barato assim) e começar a estudar. E, se esta auto vontade não chegar lá terei de recorrer à ajuda de um especialista na matéria. Mas estou decidido a aprender mais e melhor. Por isso já sabes. Se lês isto e sabes muito de inglês, cobras pouco ou nada, tens aqui um forte candidato a aluno. :)

T de ... Trauma!!!

Ontem fui convidado a ir da parte da tarde ao Freeport de Alcochete. Não gosto de centros comerciais, ainda para mais ao fim de semana, mas pronto abri uma excepção porque ali há menos tectos que nos restantes. Mesmo sabendo que aquilo é caos ao fim-de-semana.

A somar à fila enorme para entrar e a dificuldade para estacionar, só mesmo os milhares de pessoas que ocupavam aquele espaço. Simplesmente horrível dado que só tolero grandes aglomerados ao fim-de-semana quando de um grande evento se trata. Simplesmente depois de uma semana onde nos dois sentidos apanho o metro carapau em lata, onde para almoçar as filas são condimento obrigatório e onde a tranquilidade de andar na rua é traída pelas sirenes, buzinas e tubos de escape rotos.

Podes-se dizer que esta foi uma rápida maneira de traumatizar um fim-de-semana que se queria calmamente passado. Vá lá que no final do dia pode extravasar o stress acumulado em cinco actos...

domingo, 17 de janeiro de 2010

Chapéus há muitos...

Passado o Natal e quando apenas os mais atrasados vão desmanchando os enfeites de Natal e o Carnaval não chega, não se pense que as ruas portuguesas vão ficar despidas de enfeites.


Na passada semana, onde choveu muito e o vento arrastou multidões, eis que surgiu um fenómeno humano há muito afastado de solo português, dado sermos mais vezes bafejados pelo sol que pelo mau tempo. Os guarda-chuvas danificados.

Não há rua que não tenha um na berma a enfeita-la. De todos os tipos, formas e cores. Uns com pano rasgado, outros com varetas dobradas outros ainda espezinhados, afinal a falta de cultura e respeito pelas obras de arte em Portugal é gritante.

No entanto este ano, surgiu um evolução nas áreas de exposição e assim, já é possível observar estas obras de arte presas no corrimão de acesso ao metropolitano e nos cestos onde normalmente se encontra o jornal Metro, fazendo pasta de papel com os primeiros 10. Ontem vi um sobre o tejadilho de um Seat. Nos contentores de beatas, este pessoal anda a fumar em grande. E por aí fora.

Depois disto ainda se queixa o Ministério da Cultura que a população não liga nenhuma à arte popular.