sábado, 23 de janeiro de 2010

Um Ponto na Escuridão

É sexta-feira. Supostamente um dia alegre, apesar da chuva que se faz sentir. E numa altura em que muitos já receberam. No entanto basta olhar para a multidão e facilmente constatar a gelidez que rasga os rostos da classe trabalhadora deste país.

São apenas 8:35, mas por momentos sinto-me invadido pelas mensagens gélidas e sem sentido de vida retratadas habitualmente por filmes ou documentários da Europa de Leste. Basta um pequena olhadela panoramica para perceber que quase tudo em volta está coberto por um manto escuro. Sobressaem pequenos rabiscos de cor azul e vermelha, das carruagens desta composição de metro. Cinzento, preto e castanho imperam nas vestes , como que representando uma ausência fria de cor.

Chego ao centro e saio para a rua, aqui o cenário é claro, apenas porque o céu está retratado de azul e branco, a relva está fresca e as construções são na maioria pálidas. Em meu redor, tudo o que mexe, seja nos passeios ou no asfalta praticamente resume-se às trés gélidas cores antes referidas.

Assim, sinto-me um ponto de encontro no meio da multidão. Dentro deste blusão quente, de Inverno, mas todos ele branco de mangas e gorro vermelhos. Sinto-me livre das masmorras comerciais sazonais. Sinto-me livre, como um ponto na escuridão.

* Mensagem escrita no telemóvel, dentro do metro à pinha, ontem de manhã.

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